É fato que o Brasil hodiernamente ainda é o país da jovialidade, e de acordo com IBGE, os números apresentados confirmam que somos uma nação jovem. Isto porque, mais da metade do nosso povo tem entre 0 e 34 anos. Mas essa realidade está mudando e a população brasileira está vivendo mais tempo e em breve, será um país com um maior número de adultos e longevos. Neste contexto, é importante ressaltar que daqui a 15 anos, os brasileiros de 50 ou mais, terão ultrapassado a faixa etária que compõe a maior parte dos trabalhadores de hoje que são de 25 a 49 anos de idade, ou seja, essa pirâmide em uma década e meia será invertida e teremos de forma gradual impactos pujantes em nossa sociedade.
Importante observar que devemos ter uma visão específica para essas mudanças, especialmente com enfoque na Administração Pública nas esferas econômicas, bem-estar, saúde e cultural que eminentemente terão que responder as mudanças que são ocasionadas pelo processo de alongamento da vida da humanidade em geral. Pessoas estão vivendo cada vez mais e tendo cada vez menos filhos, ocasionando longevidade em massa.
Os estudos corroboram para um fato indelével, afiançando que metade das pessoas configuradas como força motriz de trabalho, até o ano de 2040 terão mais de 50 anos.
Esta afirmação se fundamenta pelos recentes números que mostram que entre 2012 e 2022 cerca de 12,5 milhões de pessoas entraram na faixa etária dos 60 anos, este número é crescente ano a ano, e nos encaminha ao Fenômeno da Revolução Prateada.
Com efeito, os gestores públicos terão que se atentar para os fatos geradores em tela, e buscar políticas integradas que possibilitem resultados e intensificação de atividades que assistam efetivamente os longevos para uma melhor qualidade de vida, repensando e inovando as ações para melhor assistir esses cidadãos. Advertindo que poucos foram os avanços até aqui empregados, e esse fenômeno que vem sendo chamado de Revolução Prateada traz alterações agudas em todas as esferas, dentre eles o mercado de trabalho, as relações de consumo, o marketing, economia, cultura, sociedade e nas políticas públicas, gerando “Uma verdadeira Revolução Prateada” como fenômeno global e inédito do aumento da longevidade humana.
Para tanto, as políticas deverão ser planejadas desde já, passando primeiramente por um plano de ações, voltadas exclusivamente para atender esse fenômeno irreversível.
Referido plano de ações passa por acolhimento, humanização e consciência para implementação de atividades coordenadas aos grupos de longevos. E com relação a aplicação de políticas públicas voltadas ao bem estar desta classe, evidencia-se, primordialmente três pilares: Esporte, Saúde e Cultura.
A primeira com ampla preocupação no incentivo de atividade física criativa que comporte destrezas que laborem a coordenação motora, o equilíbrio, e que melhorem a força e disposição para aumentar a independência dos longevos.
No segundo pilar da Saúde com priorização no fortalecimento na prevenção de doenças, com escopo na compreensão dos fatores sociais e ambientais que determinam uma longevidade bem-sucedida, buscando relevância na adoção de medidas de promoção de saúde e bem-estar com base na Atenção Primária.
E o último pilar e não menos importante, que é o da Cultura, que parte do prisma de compartilhar e oportunizar de forma eficaz programas culturais, ou projetos municipais já institucionalizados, que vise oferecer aos longevos, oficinas culturais, que possam aproximar cada vez mais este segmento social a outros bens culturais.
Enfim, assegurados a aplicação destes pilares, somados a outras importantes ações advindas da aplicação de boas práticas de políticas públicas voltadas a atender essa grande parcela da sociedade que vem crescendo e mais do que nunca, necessitam ser notadas, priorizadas e abordadas, trazendo este tema ao centro dos debates de políticas públicas, com dignidade não para ter apenas mais anos de vida, mas sim, ter vida com abundância em seus anos, possibilitando assim, serem jovens com longevidade dos anos com pratas sobre seus cabelos.
Em arremate, nós enquanto gestores públicos ou membros da sociedade de um modo geral, temos que pensar a frente, antecipar problemas, solucionar demandas para melhoria do IDH – Índice de Desenvolvimento Humano dos longevos, sabendo que a Revolução Prateada hodiernamente é uma realidade, devendo ser enfrentada com planejamento, ideias sólidas e construção de políticas públicas de qualidade, laborando de forma incessante para o bem estar da população que mais cresce no mundo.